A incrível história de O.
O diário que ela começou com a idade de 7 anos é verdadeiro? Qual teria sido o destino desta jovem superdotada e solitária nascida em 1897 se ela não tivesse dedicado a sua mocidade à procura desesperada de reconhecimento, antes de passar as quatro últimas décadas de sua vida em um hospital psiquiátrico?
Como ela consumiu mais de oito meses reconstituindo o seu diário, rasgado em milhares de fragmentos por uma de suas irmãs? (foto) Porque o seu diário publicado e recebido com imenso sucesso em 1920, foi esquecido? De que modo ela foi para a França com o intuito de encontrar "a avó", duquesa de Chartres que financiou a viagem dela à Índia, onde Henrique de Orléans encontrou a morte? Como é possível que ela tivesse trazido de lá uma quantidade excepcional de documentos sobre a vida daquele país e tivesse sido rejeitada, ao chegar, pela pretendida família francesa?
Sabe-se que Opal foi encontrada em 1948, errante e esfomeada nos subúrbios de Londres e colocada, aos 51 anos, no hospital em que terminou os seus dias. Enterrada perto daquela cidade, aos 95 anos, com o nome de Françoise Marie de Bourbon-Orléans, ela levou todos estes segredos para o túmulo. Mas o seu diário, narração estranha e poética da qual o essencial foi provavelmente escrito entre 1904 e 1905, parece ter encontrado finalmente o caminho da literatura.
Até amanhã, que agora é hoje e, desde quarta-feira, Hot Memories "já está nas bancas"!
